sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Se doer, foi apenas um desabafo!

Em muitos momentos a loucura me parece ser a melhor das características. E se quer saber, não vejo nenhuma vantagem em trocar um louco por um sujeito bem educadinho, atualizadinho e em exageros de etiquetas ou alienação. Desse mesmo modo que não há vantagem ou sequer justiça – pra mim – abrir mão da minha ignorância e impulsividade por teu jeito esperto porém, cheio de imoralidade... ou até a minha raiva e reatividade por tua polidez e máscaras tão descartáveis quanto seus risinhos artificiais. Eu não deixaria os abraços sinceros de afeto com meus familiares por teus beijos nojentos em baladas, ou até mesmo seu desejo sexual tão falsamente mantido e anunciado aos quatro cantos. Muito menos meus três únicos amigos, por tua conta lotada no Orkut, sucesso no twitter ou qualquer outro meio artificial de se manter lotado em número de amizades e verdadeiramente vazio. Não deixaria de ser desastrada nem desajeita por tuas inúmeras habilidades no vídeo game, futebol, nos cálculos ou qualquer outra coisa que te deixa esquecer que perder é um aprendizado sem tamanho, talvez, se você tentasse se divertir já nas tentativas, não ficaria tão alucinado com a vitória, o que te deixa cego sem perceber quão simples e prazeroso é tudo, desde seu início.
Ah, deixaria sem pestanejar a tua boca tão cheia de vantagens pela minha que esbanja gargalhadas desinteressadas. Não trocaria o meu futuro incerto por tua fascinação por dinheiro e méritos curriculares, nem mesmo a minha peça de roupa amassada pelo teu guarda-roupa com a última coleção datada (o que só serve pra te fazer de ‘outdoor’ anunciando nomes).
Eu quero ser. Ser inteira com tudo que tenho dentro de mim, e não ser construída a partir de julgamentos feitos por segundo e terceiros. Gosto do que é primeiro, e me pondo no ponto mais alto do pódio, deixo me explodir de sentimento sem me preocupar com o gel no cabelo ou com a roupa bem passada. Quero continuar mantendo o meu pensamento bem longe, longe dessa selva de pedra e desse jogo de interesses que se acomoda na nossa vida social. Mas, se você insiste em continuar com seu depósito de máscaras, sinto profundamente por você ter aberto mão da vida cheia de verdades, que lhe ofereci. Talvez pra você, a comodidade das mentiras te faça melhor que a dor das incertezas da vida!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Não era nada com você.


“Não era nada com você... Joguei sobre você tantos medos, tanta coisa travada, tanto medo de rejeição, tanta dor. Difícil explicar. Muitas coisas duras por dentro. Farpas. Uma pressa, uma emergência. Uma compulsão horrível de quebrar imediatamente qualquer relação bonita que mal comece a acontecer. Destruir antes que cresça. Com requintes, sofreguidão, com textos que me vêm prontos e faces que se sobrepõem às outras. Para que não me firam, minto. E tomo a providência cuidadosa de eu mesma me ferir, sem prestar atenção se estou ferindo o outro também. Não sei se em algum momento cheguei a ver você como outra pessoa, ou, o tempo todo como uma possibilidade de resolver minha carência. Estou tentando ser honesta e limpa. Uma possibilidade que eu precisava devorar ou destruir. Porque até hoje não consegui conquistar essa disciplina, essa macrobiótica dos sentimentos, essa frugalidade das emoções. Fico tomada de paixão. O que há tempos não ficava. Mas isso tudo pode parecer longo e chato, porém, eu não quero ter vergonha de nada que eu seja capaz de sentir.”
Texto de minha irmã, Camila ;)


“Então ele me veio falar em saudade... E usou superlativos que eu usava. Veio falar em saudade pra que o esperei tanto enquanto ele se fechava em um círculo como uma serpente que engoliu o próprio rabo; enquanto tecia em torno de si teia com fios de aço. Para esquecê-lo tive que parar de falar em vísceras, em hormônios safados, em faíscas nos olhos, em estelas no céu da boca... Tive que silenciar até o oco do sentimento, da expectativa. E ele veio, depois de tanto tempo, me falar em saudade...”

Desaprendendo?


Aí é que ela acertou! Desaprendeu a amar e deixou as lembranças ilusórias, pra ele não esquecer que apesar das diferenças, ela era a maior responsável pela felicidade dela. E o engraçado é que a gente acha que a 'amar' se aprende e desaprende... Na verdade, são experiências - amores e paixões que como vem, também vão (na verdade, nem sempre vão). E nessa sucessão de experiências, a gente vai acumulando aprendizados, saudades e muitas lembranças. Pra alguns, dói acumular tudo isso... mas para os 'sábios', cada aprendizado, saudade e lembrança é usado como um degrau pra subir, subir e subir...
Ps.:Fernanda, você ainda é uma 'bebê', mas não poderia me dá uma lição melhor ;)

Talvez esse dia renda apenas mais um daqueles poemas que doem, deixando uma inquietação que se pensava superada e um egoísmo que só me deixa a doer, porque quando sobra meu amor pelo outro, pode ser a falta do mesmo, por mim mesma.

Não posso transformar lenda em realidade...
Por isso, abro mão de você, meu personagem.

Compartilhando..


'Tenho medo de usar palavras pra falar de coisas essenciais.
Elas nos limitam e podem, muitas vezes, ressecar o que antes era úmido e fértil. Então é com profundo silêncio que abrirei uma gavetinha da memória pra compartilhar nesse papel colorido um cheiro, um calor, algum momento.
Não quero que a mente abafe com seus ruídos agudos o que é tão silenciosamente bom, embora a saudade tenha seus ecos.
Mas como posso falar sem que algo me escape das digitais que permanecem no corpo demoradamente tocado? Da carícia tatuada, do calor que permaneceu depois do abraço, o que pode ser dito sobre eles?
Qual verbo desconhecido, qual palavra inédita relataria a sintonia, a sincronia de corpos que se unem explodindo de amor?
Não, essas coisas não podem ser ditas, mas sentidas e compartilhadas naquele momento único e quase solitário.
São vocábulos que só existentes no dicionário dos corpos, pra compreensão dos gestos.
Silenciosamente os corpos se entendem... O resto? O resto fica subentendido.'
"Esse é só o começo do fim da nossa vida...
Deixa chegar o sonho, prepara uma avenida...
Que a gente vai passar..." (Los Hermanos)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Vaai!

Certo dia, ele resolveu ligar para a felicidade. Pensou até que o custo seria bastante alto, até porque, não sabia onde a Dona Felicidade estava, mas imaginava ser um mundo bem distante. Quando a Felicidade atendeu, foi logo dizendo: "Ei, pra que tanta preocupação? Eu sou a felicidade, não vou te fazer mal. Não permito que me interroguem! Sou contra qualquer tipo de especulação ao meu respeito e contra os excessos de 'porquês'"
Ele ficou confuso com a dureza desse 'estado', mas ela logo complementou:
"Estou cansada de ser tão procurada através de meios artificias. Creio que ligou à minha procura, quer que eu fique aí junto a você, não é mesmo? - Ele deu resposta afirmativa, e só - Pois bem, digo que não estou ausente, e se sente isso, a culpa é inteiramente sua. Quantas vezes quis está ao seu lado e você se preocupando apenas com 'o que irá acontecer amanhã', me perco em números quando tento contar as vezes que ficou remoendo amores do passado, arrependimentos e culpas mal resolvidas. Aí fica difícil de EU te querer ao meu lado!
Poxa vida, eu sou a felicidade! Eu gosto de conversas gostosas, gosto de perdões sinceros, de sorrisos e risos desmedidos de verdade, eu gosto de portas! Portas abertas às novas experiências e oportunidades... E se pensas que não acompanho a tristeza, está enganado! Ela é fruto dos meus puxões de orelha! Mas sempre depois dela, exagero na dose de aprendizagem e você sem perceber escala degraus e degraus em evolução.
Se não consegue esquecer 'ela', se o amanhã é tão decisivo, se machucou alguém, se precisa melhorar... ME PROCURE!
Mas pra essa procura, nem precisa me ligar... seus músculos têm de estar sempre relaxados, o sorriso ser frouxo, o medo tem que passar bem longe de você - afinal, a coragem é 'característica-mor' de quem me quer, e as suas portas têm de estar sempre abertas! Confesso que muitos vão te fazer sofrer, mas como estou sempre ao seu lado, quando quiser e se permitir, eu vou te abraçar e pode ter certeza, você não vai querer me largar..."