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Em muitos momentos a loucura me parece ser a melhor das
características. E se quer saber, não vejo nenhuma vantagem em trocar um louco por um sujeito bem
educadinho,
atualizadinho e em exageros de etiquetas ou alienação. Desse mesmo modo que não há vantagem ou sequer justiça – pra mim – abrir mão da minha ignorância e
impulsividade por teu jeito esperto porém, cheio de imoralidade... ou até a minha raiva e
reatividade por tua polidez e máscaras tão descartáveis quanto seus risinhos artificiais. Eu não deixaria os abraços sinceros de
afeto com meus familiares por teus beijos nojentos em baladas, ou até mesmo seu desejo sexual tão falsamente mantido e anunciado aos quatro cantos. Muito menos meus três únicos amigos, por tua conta lotada no Orkut, sucesso no
twitter ou qualquer outro meio artificial de se manter lotado em número de amizades e verdadeiramente vazio. Não deixaria de ser desastrada nem desajeita por tuas inúmeras habilidades no vídeo game, futebol, nos cálculos ou qualquer outra coisa que te deixa esquecer que perder é um aprendizado sem tamanho, talvez, se você tentasse se divertir já nas tentativas, não ficaria tão alucinado com a vitória, o que te deixa cego sem perceber quão simples e
prazeroso é tudo, desde seu início.
Ah, deixaria sem pestanejar a tua boca tão cheia de vantagens pela minha que esbanja gargalhadas desinteressadas. Não trocaria o meu futuro incerto por tua fascinação por dinheiro e méritos curriculares, nem mesmo a minha peça de roupa amassada pelo teu guarda-roupa com a última
coleção datada (o que só serve pra te fazer de ‘
outdoor’ anunciando nomes).
Eu quero ser. Ser inteira com tudo que tenho dentro de mim, e não ser construída a partir de julgamentos feitos por segundo e terceiros. Gosto do que é primeiro, e me pondo no ponto mais alto do pódio, deixo me explodir de sentimento sem me preocupar com o gel no cabelo ou com a roupa bem passada. Quero continuar mantendo o meu pensamento bem longe, longe dessa selva de pedra e desse jogo de interesses que se acomoda na nossa vida social. Mas, se você insiste em continuar com seu depósito de máscaras, sinto profundamente por você ter aberto mão da vida cheia de verdades, que lhe ofereci. Talvez pra você, a comodidade das mentiras te faça melhor que a dor das incertezas da vida!