domingo, 12 de julho de 2009

Falando..

Esses dias fui surpreendida e tive todas as minhas dúvidas sobre a 'amizade' postas em prova. Uma coisa que está se tornando comum aqui na minha região, são os acidentes e tragédias envolvendo adolescentes. Recentemente aconteceu algo que chocou toda a cidade: quatro jovens morrem em um acidente de carro. Como todo jovem que 'se preze': cada um tinha uma família com todo um histórico e uma dor do vazio que não cabe a mim - até porque seria absolutamente impossível - descrever a dor da perda de um filho.
Foi uma tristeza coletiva, e junto dela o alerta: 'Direção não combina com álcool'. Mais do que isso o que mais se falava, aliás, SÓ o que se falava era: 'como fulano deve tá se sentindo'.. 'ela não podia perder ele'. Tudo isso, falávamos numa piedade imensa, como se tudo tivesse acontecendo a 4528963km de distância.
Bem, há dois dias que a minha 'melhor' amiga perdeu um tio. Bem, devo dizer que ela é a pessoa mais forte que possamos imaginar. Quando ela me falava sobre os problemas que ele passava, eu só podia contribuir com um pouco do meu conforto e o excesso de minhas preces.. Mas depois que ele faleceu, que a dor cravou no peito dela.. eu só podia pedir aos meus anjos da guarda que dividissem a dor dela comigo.
Ela não perdeu um tio jovem, nem foi num acidente, nem nada parecido com o fato que relatei.. A única coisa que se assemelha e ao mesmo tempo difere é a dor. Quando achei que o vazio não me atingiria tive piedade, e quando - mesmo de longe - senti o vazio chegar até mim, me deu um desespero, uma agonia, eu não queria que a família sentisse falta daquela pessoa, eu não queria vê aquelas pessoas sofrerem..
E mesmo que as pessoas me cobrem serenidade - pelo fato de eu ser espírita - não há nada tão doloroso quanto perder alguém que a gente ama.. Mas é doloroso também, querer diminuir a dor de quem sofre pela falta de outrem.

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