terça-feira, 30 de junho de 2009

A chuva, e o tempo.

Chove lá fora e, aqui dentro de mim também. Há uma tempestade numa pequena parte do meu ser, e uma ansiedade de verão transparece no meu estar..
Existem sentimentos que pedem para explodir, sair, serem exalados e devastar tudo como uma tempestade. Existem saudades que deixa o vazio, como um furacão que após passar deixa o caos pedindo a mão da amiga esperança para que tudo se renove. Existem memórias que nunca irão deixar de perturbar a nossa mente. Existem sensações que o nosso corpo clama em ter novamente pra acalmar as frentes frias da saudade, e como um cobertor de calor acalma nosso espírito e alivia os sentimentos de culpa ou orgulho. Existe o tempo, que na verdade, ao contrário do que todos pensam, não cura tudo. O tempo só cura as feridas daqueles que vivem sintonizados na harmonia de um tempo só, o tempo de um amor, de uma amizade, de uma saudade, de uma vida.. O tempo só cura as feridas que pedem para serem cicatrizadas, o tempo não se importa com os que não estão dispostos a perderem seu tempo.

Clara Santana.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Mais e Menos

Minha novíssima paixão: Fernando Anitelli, de O Teatro Mágico ;)

Afinidade acontece.
um mesmo signo, um mesmo par de
Sapatos caramelo, um mesmo livro de cabeceira.
Afinidade acontece entre seres humanos. a mesma frase
Dita ao mesmo tempo, o diálogo mudo dos olhares e a
Certeza das semelhanças entre o que se canta e o que
Se escreve. afinação acontece. um mesmo acorde, um
Mesmo som, uma mesma harmonia. afinação acontece entre
Instrumentos musicais. a mesma nota repetidas vezes, a
Busca pela perfeição sonora e a certeza das
Similaridades entre um tom acima e um tom abaixo. a
Incrível mágica acontece quando os instrumentos
Musicais descobrem afinidades humanas entre si no
Mesmo instante em que os seres humanos descobrem
Afinações musicais dentro deles mesmos.

Os opostos se distraem, os dispostos se atraem.

Será que a sorte virá num realejo?
Trazendo o pão da manhã
A faca e o queijo
Ou talvez... um beijo teu
Que me empreste a alegria... que me faça juntar
Todo resto do dia... meu café, meu jantar
Meu mundo inteiro...que é tão fácil de enxergar...
E chegar
Nenhum medo que possa enfrentar
Nem segredo que possa contar
Enquanto é tão cedo
Tão cedo
Enquanto for... um berço meu
Serás vida... bem vinda
Em mim
Será que a noite vira num vilarejo
vejo a ponte que levara o que desejo
admiro o que há de lindo e o que há de ser... você
Enquanto for... um terço meu
Serás vida... bem vinda
Em mim

"Os opostos se distraem
Os dispostos se atraem"

Uma Carta

Olá querida!

É comemorável poder falar com você mais uma vez. Antes que você se preocupe, eu estou bem. Tudo por aqui continua na mesma: minha família uma 'graciinha', eu quero insistentemente me tornar alguém sério mas, sinceramente é difícil quando se tem tantas 'distrações'.
Soube que ficou preocupada com meu afastamento.. Não precisava de tanto! Só tentei me distanciar um pouquinho pra vê se haveria condições de ambas 'se virarem sozinhas'..
É, nesse meio termo não tive oportunidade de conhecer novas 'irmãs', nem fazer amizades duradouras ou confianças inquebráveis, como você os fez. Mas houve tempo suficiente pra não me arrepender de tanto tempo dedicado à você (e é claro que cada segundo foi recíproco).
Tenho duas notícias:uma boa e outra má. A má é que infelizmente eu consigo me magoar com algumas bobagens, mas, como dizem por aí: 'águas passadas não movem moinhos', e é por isso que estou esperando não sobrar nem um pingo dessas águas. A boa é que nenhuma dessas bobagens tiraram o brilho da nossa amizade, portanto, me perdoe se não estive com você quando precisou (o que eu acho um pouco difícil).
Não me julgue como egoísta, eu já sei que o sou.. Nem de ciumenta, também sou, doente! Mas existem sentimentos de desconfiança que não podem ser comparados com o ciúme.
Apenas te peço que, mais uma vez, tenha paciência comigo.. Sei que a maioria das pessoas são SIM totalmente substituíveis, mas, você faz parte da excessão na minha vida e eu sei que isso especificamente não é uma característica de nós duas, mas, acho que mereço um desejo realizado hoje..

(...)

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Os Insetos Interiores

Notas de um observador:
Existem milhões de insetos almáticos.
Alguns rastejam, outros poucos correm..
A maioria prefere não se mexer.
Grandes e pequenos. Redondos e triangulares, de qualquer forma são todos quadrados.
Ovários, oriundos de variadas raízes radicais.
Ramificações da célula rainha.
Desprovidos de asas, não voam nem nadam.
Possuem vida, mas não sabem.
Duvidam do corpo, queimam seus filmes e suas floras.
Para eles, tudo é capaz de ser impossível.
Alimentam-se de nós, nossa paz e ciência.
Regurgitam assuntos e sintomas.
Avoam e bebericam sobre as fezes.
Descansam sobre a carniça, repousam-se no lodo,
lactobacilos vomitados sonhando espermatozóides que não são.
Assim são os insetos interiores.
A futilidade encarrega-se de maestra-los.
São inóspitos, nocivos, poluentes.
Abusam da própria miséria intelectual,
das mazelas vizinhas, do câncer e da raiva alheia.
O veneno se refugia no espelho do armário.
Antes do sono, o beijo de boa noite.
Antes da insônia, a benção.
Arriscam a partilha do tecido que nunca se dissipa.
A família.
São soníferos, chagas sem curas.
Não reproduzem, são inférteis, infiéis, in(f)vertebrados.
Arrancam as cabeças de suas fêmeas,
Cortam os troncos, Urinam nos rios e nas somas dos desagravos, greves e desapegos.
Esquecem-se de si.
Pontuam-se
A cria que se crie, a dona que se dane.
Os insetos interiores proliferam-se assim: Na morte e na merda.
Seus sintomas? Um calor gélido e ansiado na boca do estômago. Uma sensação de: o que é mesmo que se passa? Um certo estado de humilhação conformada o que parece bem vindo e quisto.
É mais fácil aturar a tristeza generalizada, que romper com as correntes de preguiça e mal dizer.
Silenciam-se no holocausto da subserviência
O organismo não se anima mais.
E assim, animais ou menos assim,
Descompromissados com o próprio rumo.
Desprovidos de caráter e coragem,
Desatentos ao próprio tesouro...caem.
Desacordam todos os dias, não mensuram suas perdas e imposturas.
Não almejam, não alma, já não mais amor.
Assim são os insetos interiores.
O TEATRO MÁGICO ♥

A flor.

Uma flor.. Sim! Dessa vez vamos compará-la à uma flor..
Começou, é claro, apenas como um botão.. Ouvindo quais suas obrigações e seus anseios.. Tomar sol todos os dias sem exagerar, de certo. Ser regada com toda delicadeza e cuidar de todo o jardim que se ergue ao seu redor..
Depois de tantos cuidados e zelos, da melhor forma, essa flor desabrocha..
Tomou os devidos cuidados e todos os dias era cortejada primeiramente pelo jardineiro, que vinha sempre conversar com ela e admirar sua beleza, e depois pelos beija-flores, borboletas, formigas e todos os outros elementos que compunham aquele maravilhoso jardim...
O jardineiro era, sem dúvida, a visita mais esperada! Ela achava fantástico uma criatura participar do mundo dela e de outros mundos ao mesmo tempo. Não tinha medo dele, afinal, ele cuidava com todo amor e zelava por cada um daquele jardim.
Bem, na tardou para que o jardineiro tornasse as visitas menos frequentes. A consequência disso ficou visível, antes uma flor perfumada e bela, hoje, desleixada e sem mais preocupações com o jardim que a acolhia.
Eu (Clara Emanuela), é óbvio que poderia dá 'n' fins para essa flor.. Mas ela infelizmente fez do jardineiro uma peça essencial em sua vida. Isso não seria problema se sem ele, ela continuasse a exalar o perfume da natureza. A flor, perdeu algo e murchou. E junto com ela foi parte de seu tão iluminado jardim. E é exatamente assim que acontece com algumas pessoas.
Perdem 'peças' essenciais e se esquecem que tudo pode continuar: com defeito, sofrimento, recalques ou sei lá.. mas CONTINUA!
O importante disso? Aprender que é muito injusto com o nosso jardim e com a gente, desistirmos de nós mesmos. Há pessoas que precisam da gente pra construir vidas e histórias. Cuidemos da flor que somos nós e compunhamos com vontade esse enorme jardim.